(diz-se que, por norma, quando não há nada para se falar, fala-se do tempo... aqui não é o caso, até porque tenho muito mais nada acerca do que falar, mas a verdade é que como nunca senti tanto calor por estas bandas, achei que devia falar sobre esta alteração climática. É um evento tão único que comparo o com o XXI Governo de Portugal!)
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Às doze horas, do dia quatro de Agorto de dois mil e dezoito, na minha aldeia, estão 40ª!...
Aqui, na fresca Sintra, estão 40º!... Aqui, onde o maldito micro-clima não deixa que o calor se aproxime, estão 40º... Aqui, entre a serra e o mar, onde nem sempre o sol aparece, estão 40º!
O ar está seco, neste pedaço de terra onde o ar nunca seca, porque a humidade faz parte do ADN do nosso micro-clima, quase não se consegue respirar. Penso nos idosos e nas crianças, penso que não devem sair de casa. Penso, aliás, que ninguém deve sair de casa.
Não me queixo do calor, pois sei que é passageiro, mas não consigo desfrutar dele. A água que sai da mangueira ferve - sem qualquer eufemismo - o que impossibilita um banho refrescante... talvez a do chuveiro esteja melhor (parece-me quase impossível, tendo em conta que vivo numa vivenda e os canos são os mesmos - passam pelo chão e uma parede, que está virada precisamente para o sol!).
Um abraço solidário, e sentido, para todos os que também se sentem a derreter!
Já estamos, oficialmente, de férias. As três. Aquela que acabou as aulas mais cedo - a Inês, acabou a 15 - foi a que entrou mais tarde de férias, devido aos exames (Português a 22 e Matemática a 27). Eu e a Maria entrámos no mesmo dia, 22.
O ano lectivo passou e foi cansativo. Ambas transitaram - nem outra coisa seria de esperar! - e agora tenho a mais nova finalista do 1º ciclo (no meu tempo chamávamos-lhe primária...) e a mais velha caloira no secundário.
Oh meu Deus!, estou a ficar velha!!!
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Queremos ir para a praia! estamos, aliás, a planear todos os dias a ida para o dia seguinte. mas o clima não está a nosso favor e o tempo tem estado nublado... é certo que não está propriamente frio, mas também não está agradável para se estar na praia.
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Dia de afazeres, o de hoje. A Maria foi passar o dia a casa da Zé, encontro de amigos. Aposto que se vai divertir à brava... e que vai chegar de rastos, a casa. Daqui a pouco a Inês vai ter com os amigos à praia e eu tenho de ir a Sintra, tratar de burocracias... BLHAC!!!
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Amanhã é o nosso feriado. O S. Pedro. O último das festas juninas.
Antes festejávamos os três santos. Fazíamos fogueiras no Santo António e queimávamos as alcachofras. Fazíamos fogueiras no S. João e divertíamo-nos a saltá-las. Fazíamos fogueiras no S. Pedro e assávamos sardinhas e carapaus e febras e frangos.
Hoje não já há fogueiras. Nem alcachofras. Mas ainda há manjericos (por aqui, as vendas atingem o seu auge nas festas de S. Pedro). E é feriado!
Este Verão, tal como em tantos outros anteriores, fomos invadidos por turistas...
... Marcianos!
(Marcianos?! Como assim marcianos, Mom?!... Marcianos de Marte?!)
Bem, não sei se serão exactamente marcianos de Marte, mas devem ser, com toda a certeza, daqueles lados... Só isso explica tantos acontecimentos estranhos...não são assim tantos acontecimentos, para ser sincera, o acontecimento foi só um, mas foi recorrente. Muito recorrente... E o estranho reside aí!
Existe uma aldeia, aqui para estes lados, cuja entrada principal se faz por uma estrada de sentido único, portanto, apenas se pode descer.
Ora bem, sabendo que:
a estrada está devidamente sinalizada - existe um sinal, no inicio, de sentido único (apenas se desce) e dois sinais, no final, de sentido proibido;
a estrada é estreita o suficiente para qualquer pessoa (condutora ou peão) perceber que não passam dois carros lado-a-lado;
Os sinais de transito são universais (se calhar não são universais, mas pelo menos são mundiais).
Como é que é possível que alguém se atreva a sair desta aldeia pelo mesmo lado por que entrou?! - e esta foi a dúvida que me assombrou todo o santo Verão.
Um dia, farta de carregar esta dúvida na minha cabeça, e ao explicar pela milésima vez que a estrada é de sentido único e só se pode descer, decidi que estava na hora de a esclarecer e foi mais ou menos assim:
O sr. não pode subir...Não viu os sinais?
Vi sim, mas o GPS está a mandar-me subir!
(ainda bem que o GPS não os manda para as arribas, senão era uma chuva de carros pelo mar adentro, o Verão inteiro...)
A resposta deixou-me ainda mais confusa e levou-me a concluir que estes turistas loucos são de Marte!