confesso que não me lembrava do dia exacto, e acho que tal coisa não seria possível, tendo em conta a minha terna idade, mas recordo-me como se fosse hoje...
Combinámos as coisas no próprio dia, aquando das chegadas da praia.
O espaço era encantador e com a melhor vista para o céu - o pátio dos vizinhos - mas obrigava a uma logística um pouco complicada, por ser apertado e ter um canteiro enorme mesmo no centro.
Tínhamos uma rede brasileira, onde coubemos as três mais pequenas (eu, a minha sis e a Mónica - a sobrinha das vizinhas), duas espreguiçadeiras (para os mais velhos - o pai da Mónica e do Pedro e a sua tia Ivone) e uma cadeira de praia (calhou ao Pedro - irmão da Mónica, por ser a mais desconfortável e por ele ser um jovem rapaz).
Estabelecidos os lugares, só nos restava esperar que a noite chegasse, para os ocuparmos.
Deviam ser uma onze da noite quando, munidas de mantas, entrámos o portão dos vizinhos e nos reunimos todos. Eu sentia um nervoso miudinho... nunca tinha assistido, ao vivo, a um eclipse da lua. e ali estava eu, aos doze anos, com uma manta debaixo de um braço e uma chávena de cacau quente na outra mão, preparada para aguentar o tempo que me fosse possível aguentar, só para perceber o que acontecia à lua... bem, isso e sentir-me crescida, é que naquele tempo, só os adultos ficavam acordados pela noite fora
A primeira hora de espera não custou muito a passar, havia entusiasmo, estávamos todos animados com o evento e a conversa corria entre todos.
O problema foram as quase duas horas seguintes...a lua tardava a desaparecer e eu estava a começar a ficar cansada. Até que, por volta da uma e meia da manhã, alguém deu "o tiro de partida". O tão ansiado eclipse estava a começar e foi assim:
17 de Agosto de 1989 - Eclipse Total da Lua
Demorou horas, e eu sei que adormeci lá pelo meio (mas só depois de ver a lua desaparecer), mas acordei a tempo de a ver reaparecer.
Naquela noite assisti a um verdadeiro espectáculo de magia, oferecido pela Mãe Natureza.
Recordo-o até hoje... Mais logo à noite, um pouco mais do que agora, certamente!
(fui buscar o video aqui. visitem a página que vale mesmo a pena! )
ao ritual de acasalamento dos Carduelis carduelis, mais conhecidos por Pintassilgos.
Tive, hoje, o prazer de assistir, ao vivo, a pouquíssimos metros de onde estava. O ritual durou alguns (poucos) minutos, mas a dança que o Pintassilgo fazia era lindíssima e hipnotisante. A Pintassilga ficou quieta o tempo todo - deduzo que estivesse a observar, com muita atenção, o espectáculo.
O melhor ficou guardado para o fim. Então não é que, logo depois da festa ter terminado, os dois pombinhos pintassilgos foram beber água juntos!
Ainda no rescaldo do post de ontem, acerca de algumas memórias da minha infância, hoje escolhi escrever sobre uma memória que, embora já não seja de infância, é das mais fantásticas que tenho.
Lembro-me, como se tivesse sido ontem, da primeira vez que fomos - eu e a minha Sis - sozinhas à Madeira. Eu tinha 14 anos, quase 15, e ela 13 acabados e fazer. Estavamos no mês de Agosto de 1991.
Muita coisa nos marcou, nestas férias, pois, pela primeira vez:
andámos de avião sozinhas;
passámos mais de um mês com uma parte da família que nos era, basicamente, desconhecida;
passámos férias sem os nossos pais;
metade das férias passámo-las em casa da Tia Angela (sabem aquela tia super amorosa e super querida? pois então!, a Tia Ângela era assim) e do Tio Carlos (sabem aquele tio super cómico, que se está sempre a meter connosco? é esse, o Tio Carlos);
as manhãs eram passadas na piscina só com duas primas da nossa idade (e os seus amigos);
andámos de barco - fomos passar uns dias ao Porto Santo com os avós;
Além de todas estas sensações de primeira vez, houve outras que também nos surpreenderam, como:
sairmos da grande cidade - Lisboa - e irmos para uma ilha que, pensavamos nós, era "atrasada", mas afinal não era... assim tão atrasada (bem, naquela altura os carros que existiam na ilha tinham todos matrículas começadas por MA ou MD - ficámos maravilhadas com este facto!);
pisarmos a areia mais fina que alguma vez sentimos, em toda a nossa vida (parece farinha!) no Porto Santo...
subimos ao Pico do Areeiro, bem acima das nuvens.
Foram umas férias fantásticas e inesqueciveis!!!
Foto 1 - Eu na Eira do Serrado (ao fundo vê-se o Curral das Freiras) Foto 2 - Queria mostrar-vos uma imagem das garrafas de Brisa, tal e qual como eu as vi pela primeira vez Foto 3 - Não tenho palavras para descrever a sensação de ver as nuvens abaixo do chão! Fiquei parva! (bem, ok, eu sei que já sou um pouco, mas fiquei ainda mais!)