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Just Mom

Uma autêntica salada russa (eu sei!), mas espero que se divirtam a ler.

Just Mom

Uma autêntica salada russa (eu sei!), mas espero que se divirtam a ler.

03
Mai17

Será mesmo incondicional, o amor pelos pais?

Mom Sandra

Depois de muitos e muitos meses ausente, ontem voltei. De manhã escrevi o post e ainda aproveitei para ler alguns blogs (uns que já lia e outros novos). Já pela noite dentro, fui cuscar as novidades aqui do SAPO.

 

Encontrava-me a dar uma vista de olhos nos posts mais lidos, quando um deles me chamou a atenção. Na verdade, foi o seu título Será mesmo incondicional, o amor pelos filhos? (in: blog Cocó na Fralda) que me aguçou a curiosidade e me levou a ler o post. 

 

 

Depois de o ler o meu pensamento fixou-se na pergunta inversa: Será mesmo incondicional, o amor pelos pais?

 

Até que ponto podemos amar uma mãe (ou pai) que, constantemente, nos agride psicologicamente? Até que ponto podemos amar uma mãe (ou pai) que, constantemente, nos chantageia? Até que ponto podemos amar (e confiar n') uma mãe (ou pai) que, constantemente, nos mente?

 

Durante muitos e muitos anos, pensamos que a culpa é nossa, porque fazemos, ou dizemos, algo errado. Quando este pensamento se torna uma constante, deixamos de dizer as coisas... mais tarde percebemos que entre fazer alguma coisa ou não fazer nada, o resultado é o mesmo - mais violência - e deixamos de tentar "agradar".

 

Por tudo isto e muito mais, o amor vai morrendo, aos poucos... cada dia um pouco mais.

 

 

Já quase no final do post, a Cocó escreve:

Como farão os pais quando descobrem que os filhos que amam são, contra todas as expectativas, monstros?

Que sentimentos lhes crescerão dentro do peito, como ervas daninhas? Como não sentir culpa, sentir que se falhou, que se falhou tão redondamente? Como fica, pelo caminho, o amor próprio, depois de aquilo que devia ser o melhor deles se revelar, afinal, o pior?

Como conseguir a dignidade da árvore, que se mantém inteira mesmo quando um fruto apodrece?

 (in: blog Cocó na Fralda)

 

Eu pego nestas 5 perguntas e refaço-as:

 

Como farão os filhos quando descobrem que a mãe (ou pai) que amam são, contra todas as expectativas, monstros?

Que sentimentos lhes crescem dentro do peito, como ervas daninhas?

Como não sentir culpa? Como não sentir que falhámos, como filhos?

Como fica, pelo caminho, o amor próprio, depois de aquilo que devia ser o melhor se revelar, afinal, o pior?

 

 

Precisei de muitos anos para perceber o "tipo" de mãe que tive. Comecei por tentar afasta-la totalmente da minha vida, mas o saber que a sua maldade ainda magoava quem amo, impedia-me de afasta-la da minha mente. 

Também precisei de muitos anos para conseguir falar abertamente acerca deste assunto... Infelizmente foi preciso um final trágico para o conseguir, mas, finalmente, consegui.

 

O meu amor pela minha mãe já não é incondicional... Na verdade, já não é amor. É, apenas, uma memória.

 

 

 



21
Nov16

Um pedaço de mim...

Mom Sandra

Como todas as boas mães deste mundo, também eu tenho, muitas vezes, dúvidas sobre se estarei, de facto, a ser uma boa mãe.

 

Sempre que sou assolada com estas dúvidas, recuo uns anos e recordo momentos da minha vida, no meu papel de filha. Recordo momentos, pelos quais passei e que hoje me ajudam a ser melhor.

 

 

 

Recordo-me que era ainda uma garota, a idade rondaria os cinco e, naquela noite, acordei de um pesadelo, bastante assustada. O quarto estava escuro e tive de esperar uns segundos para me habituar e conseguir ver. Levantei-me, desci as escadas do beliche, dirigi-me à cama deles e parei.

 

Os meus pequenos pés pisavam o tapete de lã, azul escuro, que estava à beira da cama. Deitada, do lado mais próximo da porta, lá estava ela. Dormia virada para mim, com as mãos na almofada e a roupa da cama subia e descia enquanto respirava profundamente.

 

Baixei-me e senti os joelhos pousarem na suavidade do tapete, e cruzei os pés. A lã aqueceu-me as pernas e o conforto anunciava o momento.

 

"Mãe." - chamei baixinho.

Sabia que assim não iria conseguir acorda-la, mas não queria acordar o meu pai... Tentei uma segunda vez, um pouco mais alto

"Mãe." - nada! O frio percorria-me o corpo. Tinha da acorda-la, ou ficaria ali, o resto da noite.

Levantei o braço e pousei a mão sobre o seu ombro que, tapado pela roupa, estava quente. Abanei-a ligeiramente enquanto a chamava

"Mãe!" - sem sucesso. O tempo passava e eu estava cada vez com mais sono e frio. Eu só queria dormir... O desespero começava a instalar-se. Abanei-a com as duas mãos e comecei a chama-la mais alto.

"Mããeee! Mããeee!" - as lágrimas começaram a cair-me pelo rosto. Os dentes batiam do frio e as mãos estavam geladas. - "Mããeee! Por favor, acorda!" - dizia entre soluços.

 

Não sei quanto tempo estive ao seu lado, a abana-la e a pedir-lhe que acordasse, mas sei que, naquele tempo, foi muito.

 

"O que é que queres?" - perguntou-me, quando finalmente acordou.

"Deixa-me dormir aqui ao teu lado."

"Aqui não cabes... Vai para a tua cama dormir!"

 

O meu coração partiu-se, com aquelas palavras... E eu fiquei ali, a chorar, enquanto a olhava.

 

"Vem-te deitar deste lado. Cabes aqui." - era o meu pai. Não sei há quanto tempo estaria acordado, mas na altura nem pensei nisso. Apenas sei que se chegou para o meio da cama, tapou-me com os lençóis e deixou-me dormir.



23
Mai15

Carta aberta às minhas filhas (e a todas as filhas) que um dia se tornarão Mães

Mom Sandra

Queridas filhas,

 

Existem muitos projectos que, ao longo da vida, vocês irão querer concretizar, mesmo sem saberem muito bem no que se vão meter... A maternidade será um deles!

Um dia, quando decidirem que chegou a hora de serem mães, vão fazê-lo com a certeza de que não sabem tudo acerca da maternidade! 

Um dia, quando o vosso relógio biológico começar a dar horas, saberão apenas que desejam ser mães e não pensarão em mais nada, limitar-se-ão a romantizar a ideia de ter um filho nos braços e de lhe dar muito amor, sem perderem tempo a pensar como será, realmente, criar e educar um filho...

No dia em que descobrirem que estão grávidas, no dia em perceberem que o vosso desejo se tornou uma realidade, atingirão um nível de felicidade extrema, algo que até então nunca sentiram... Mas, ao mesmo tempo, serão assoladas por um medo aterrador do futuro...

Desde este primeiro instante em se apercebem que um pequeno ser se está a formar no vosso corpo, vão querer saber tudo o que vos é possível, acerca da gravidez e da maternidade. Comprarão mil e um livros acerca destes temas e irão devorá-los, quase de uma vez, só para saberem o que vos espera, verdadeiramente.

Mas, depois de serem mães e, com o passar do tempo, perceberão que, nem tudo vem escarrapachado nas toneladas de livros que adquiriram e leram... Por este motivo, hoje decidi dar-vos uma pequena ajuda e dizer-vos dez coisas que nós mães nunca contamos aos nossos filhos (nem sob tortura), acerca do que é, verdadeiramente, ser-se uma Mãe.

 

 

10 Coisas que as mães nunca contam aos seus filhos

 

1 - Fizeram-me chorar... muitas vezes - Chorei nos momentos em que descobri que estava grávida, e durante as gravidezes (culpa das malditas hormonas). Chorei quando nasceram. Chorei da primeira vez que vos peguei ao colo, que senti que eram minhas... Chorei de felicidade! Mas também chorei de medo. Chorei de preocupação. Chorei de inquietação. Chorei sempre que vocês choraram de tristeza. Chorei sempre que estiveram imensamente felizes. Chorei muito, mesmo que não o tenham visto ou percebido.

2 - Eu também queria a última fatia de bolo - Quando me olhavam com os vossos olhos enormes, a lamberem os vossos lábios e me pediam se podiam comer a última fatia, cortada em dois, com as vossas vozes doces e meigas, eu nunca tive coragem para vos dizer que não. A vossa felicidade, a comer aquela fatia encheu-me sempre a alma.

3 - Magoaram-me muitas vezes - No dia em que nasceram e todo o meu corpo se contorceu de dor, magoaram-me. Sempre que me puxaram o cabelo, magoaram-me. Sempre que me agarravam com a ponta dos vossos dedos, e eu sentia as vossas pequenas unhas afiadas (impossíveis de cortar), magoaram-me. Sempre que me mordiam os mamilos (mesmo antes de terem dentes), enquanto mamavam, magoaram-me. Sempre que se esticavam, dentro do meu ventre, e espetavam os vossos minúsculos pés nas minhas costelas, magoaram-me. Sempre que me responderam mal, magoaram-me. Sempre que me puseram de lado e não partilharam as vossas coisas comigo, magoaram-me.

4 - Tenho, tantas, mas tantas vezes, medo - Desde o momento em que vos concebi que faço tudo para vos proteger. Tornei-me numa mãe leoa, simplesmente por vossa causa. Tornei-me numa mulher que reclamou quando vos pegaram ao colo, simplesmente porque acho que ninguém vos consegue manter tão bem em segurança como eu. Das primeiras vezes que deram uns passos, estava mesmo atrás de vocês, para vos agarrar, quando caíssem. Fico acordada até vos ver chegar a casa, todas as vezes que saem à noite. Fui convosco a correr para o médico sempre que estiveram doentes.

5 - Eu sei que não sou perfeita (apesar de tudo fazer para o ser) - Sou a minha pior critica. Tenho consciência de todas as minhas falhas e odeio-me por isso. Sou extremamente dura comigo, no que a vocês diz respeito. Tento tanto ser a mãe perfeita e faço tudo para o conseguir, mas, porque sou humana, cometo muitas vezes erros e ainda estou a tentar perdoar-me por eles. Desejo, todos os dias, do fundo do meu coração, voltar atrás no tempo e fazer tudo de outra forma, mas não consigo... Por favor, sejam gentis comigo, eu apenas tento fazer o melhor que eu sei, da melhor maneira que sei.

6 - Passo horas a ver-os a dormir - Tive noites em que fiquei acordada pela noite dentro, a rezar para que adormecessem. Estava tão cansada e com tanto sono, que mal conseguia manter os olhos abertos, mas, mesmo assim, embalei-vos e cantei-vos uma canção enquanto rezava para que adormecessem. Quando finalmente adormeciam, o sono e cansaço cessavam, por alguns momentos, para que pudesse ficar a admirar-vos, enquanto o meu amor por vocês crescia de uma maneira que nunca imaginei, e me enchia o peito.

7 - Carreguei convosco durante mais de nove meses - Sempre que precisaram, eu fazia-o! Aprendi a andar convosco ao colo ao mesmo tempo que fazia limpezas, ao mesmo tempo que comia e ao mesmo tempo que dormia, pois, por vezes só assim é que vocês descansavam. Podia ter os braços cansados, ou dores nas costas, mas mesmo assim pegava-vos ao colo. Eu mimei-vos, amei-vos, beijei-vos e brinquei convosco no meu colo. Sempre se sentiram seguras no meu colo. Sempre se sentiram felizes no meu colo. Sabiam que eram amadas ao meu colo, por isso peguei-vos e carreguei-vos, sempre que quiseram e precisaram.

8 - O meu coração partiu-se sempre que vocês choraram - Não há som mais triste do que o vosso choro. Não há pior imagem do que ver as lágrimas a correrem nas vossas belas e perfeitas caras. Faço tudo o que está ao meu alcance para que parem de chorar e, quando não o consigo, o meu coração parte-se em milhões de pedaços.

9 - Vocês estão sempre em primeiro lugar - Já fiquei sem comer, sem tomar banho e sem dormir, porque precisaram de mim. Ponho sempre as vossas necessidades em primeiro lugar. Passo os dias a cuidar de vocês e, por vezes, no final do dia, estou tão cansada que me esqueço de mim.

10 - Faria tudo outra vez! - Ser mãe é um dos trabalhos mais duros e difíceis que alguém pode ter e, leva-me, muitas vezes, ao limite. Eu choro, sofro, tento e, às vezes erro, trabalho e aprendo. Mas é, ao mesmo tempo, o que me proporciona mais alegrias do que eu pensei ser possível, e o que me dá mais amor do que alguma vez pensei que se pudesse sentir. Apesar de toda a dor, sofrimento, noites mal dormidas e manhãs madrugadoras, não tenham dúvidas de que faria tudo outra vez, se tivesse de acontecer, porque vale a pena ser vossa mãe!

 

Amo-vos desde aqui até ao infinito e mais além!

 

Da vossa muito querida,

Mom Sandra         

 

 

 
Este texto foi escrito com base no texto 10 Things Your Mom Never Told You @ Confessions Of A Teenage Bride
 
 
 


15
Mai15

Ser mãe é isto?!

Mom Sandra

Ainda não percebo muito bem como é que a vida se processa depois de sermos mães...

 

Ser Mãe

 

A mais velha tem 11 anos, comporta-se como se tivesse 13 ou 14, mas eu vejo-a com 5 ou 6!

A mais nova tem 6 anos, comporta-se como se tivesse 8 ou 9, mas eu vejo-a com 3 ou 4!

 

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Alguém que me belisque, porque eu só posso estar a sonhar... Sonhar?! Não!!! Isto é um pesadelo!!!

 

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