Por vezes o cérebro prega-nos partidas
(imagino o meu cérebro a gozar o prato e a rir à gargalhada, sempre que me prega esta partida)
As palavras fervilham na minha mente. Os pensamentos correm, passando de uns para outros, quase sem que me consiga aperceber. Por vezes, tento voltar ao início e recordar o pensamento que deu origem a outros tantos (algumas com sucesso), mas eles multiplicam-se e eu perco-me...
Tenho de os escrever, para não me voltar a perder. lembro-me do caderno... que tirei da mala há uns dias, com o intuito de comprar um novo... que ainda não aconteceu... Ora Bolas! (comprar caderno! - pronto, agora que já o escrevi, já não me esqueço)
Procuro na mala o telemóvel. Ligo o gravador de voz e as palavras não saem, agrupadas em frases, como eu esperava. ao invés, voam, tal como gaivotas na praia, num final de tarde de verão, primeiro apenas algumas e depois outras, seguidas de outras e de outras, até voarem todas da minha mente. e eu, em vez de contemplar as que iam ficando, preferi despedir-me, em silêncio, das que se iam embora.
Sem outros pensamentos, limito-me ao que estava a fazer.