Pode o amor ser eterno?
Eu e o maridão começámos a namorar (um com o outro) muito novos. Apaixonámo-nos ainda adolescentes e temos "aprendido" a desenvolver e a viver este amor conforme temos crescido.
Dizemos, muitas vezes, que fomos feitos um para o outro. E o pior é que acreditamos nisso.
Sendo eu uma pessoa distraída (bastante, até... desde miúda que ouço que só não me esqueço da cabeça porque está colada ao "corpo"), um pouco surda (é verdade! E o pior é que quando digo isto a quem me conhece mal, pensam sempre que estou na brincadeira), muito brincalhona e completamente taralhoca (eu diria mesmo demente!), eu e o maridão costumamos brincar, muitas vezes, por causa de todas estas qualidades. Costumamos dizer que eu "ando" com o Alzheimer, que daqui a uns tempos já nem sei voltar para casa e que vamos fazer um cartão com o meu nome, morada e o contacto do maridão, caso me perca por aí.
Nos últimos tempos esta brincadeira evoluiu, é que a poucos metros daqui existe um lar só para doentes de Alzheimer, então, agora dizemos que daqui a alguns anos, quando já não conhecermos ninguém, as nossas filhas nos vão por naquele lar e nós vamos olhar um para o outro e vamos apaixonar-nos outra vez, como se fosse a primeira vez, porque o nosso destino é amarmo-nos eternamente.