O mundo muda e as eleições francesas estão à porta
Domingo, os franceses vão às urnas, para elegerem o próximo Presidente da República.
Sem querer desprezar as anteriores, estas eleições são particularmente importantes, por estarem, verdadeiramente em causa, os direitos humanos. Pela primeira vez (ok, eu sei que o pai Le Pen também chegou a uma segunda volta das eleições presidenciais - em 2002 - mas isso eram outros tempos) o perigo da extrema-direita se implantar na Europa é real.
Todos sabemos que (não só, mas também) politicamente, existe o chamado efeito de contágio, ou seja, por norma, a maioria dos países europeus (da UE) estão "sintonia", no que diz respeito ao partido que os governa. Ciclicamente somos governados por socialistas ou sociais-democratas; salvo algumas excepções no norte da europa. E tem sido assim, desde que me lembro.
Mas algo está a mudar.
A mentalidade dos eleitores está a mudar e já não são sempre os mesmos a vencer.
De há uns tempos para cá (não consigo precisar, mas percebi que se estas mudanças se têm acentuado desde a crise, do início da década), os ditos pequenos partidos, assim como novos partidos formados por quase desconhecidos, estão a ganhar expressão nos vários hemiciclos europeus. Mas não são os únicos... A extrema-direita também acompanha esse crescimento.
Depois de, no final do ano passado, termos tido a desagradável surpresa da vitória de Trump, nos EUA; depois de, em Fevereiro, termos tido a desagradável surpresa da vitória do Brexit, no Reino Unido ("The UK has voted to leave the European Union, shocking the world and revealing a divided country." - In: Telegraph.co.uk; EU referendum results and maps: Full breakdown and find out how your area voted); depois de, em Março a extrema direita quase vencer as eleições legislativas, na Holanda ("Durante meses, o político de extrema-direita Geert Wilders esteve a liderar as sondagens, com valores que chegaram aos 20% das intenções de voto, graças à descida vertiginosa dos partidos do Governo" - In: Público.pt, Wilders fica abaixo do esperado nas eleições na Holanda); chegamos a Maio e eu temo...
Em todos estes actos eleitorais, as sondagens previam o oposto do que aconteceu...
Por tudo isto, penso se haverá esperança...