Estação de Santa Apolónia
Celebrou ontem 150 anos de existência, aquela que é uma das mais emblemáticas estações ferroviárias de Portugal, a Estação de Santa Apolónia.
Inaugurada a 1 da Maio de 1865, durante o reinado de D. Luís, a Estação de Santa Apolónia foi a primeira estação de comboios do nosso país. Tinha uma área coberta de 117 metros de comprimento por 25 metros de largura, com duas gares distintas - uma de passageiros e outra de mercadorias - salas de espera para 1.ª, 2.ª e 3.ª classes e sala do chefe de estação, tudo em apenas um piso, que era iluminado por 143 candeeiros a gás.
A estação, foi encomendada pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses e teve como autores do projecto o Engenheiro Angel Arribas Ugarte, o Engenheiro Director João Evangelista Abreu e o Engenheiro Chefe Lecrenier, tendo custado, na altura, 255.164$000 réis (o equivalente a cerca de 1,27€).
Começou por se chamar Caes dos Soldados, pois foi projectada para ser construída no local onde existia um quartel de Artilharia que era ocupado, nessa época, pelos soldados; mas depressa passou a ser conhecida por Estação de Santa Apolónia, uma vez que a gare dos passageiros foi construída no antigo Convento de Santa Apolónia.
Em 1873, entra ao serviço a primeira linha de eléctricos em Lisboa, ligando a Estação de Santa Apolónia a Santos, acabando com o afastamento desta estação do centro da cidade.
Em 1890 foi noticiada a chegada do comboio que conduzia a família imperial à estação de Santa Apolónia, para o funeral da imperatriz do Brasil.
Nos anos de 1910 e 1911, é desta estação que partem os marinheiros, com destino ao Norte, para combaterem os movimentos monárquicos. Nesta foto pode-se observar a aclamação do povo aos marinheiros, na altura do embarque.
Em 1926, esta estação sofre um enorme incêndio, que quase a destrói totalmente.
Em 1927, cerca de 400 marinheiros envolvidos no movimento revolucionário, embarcam na estação de Santa Apolónia, dirigidos pelo 2.º tenente da Armada Henrique Tenreiro, com destino a Sacavém.
Em 1939 é inaugurado o Cais da Gare Marítima de Santa Apolónia, ligando esta estação aos navios que chegavam e partiam, todos os dias, da cidade.
No século XX foi acrescentado um andar superior e, simultaneamente, construída a Avenida Infante D. Henrique. Foram criados parques de estacionamento para automóveis particulares, táxis e paragens de eléctricos.
Os cais de embarque foram prolongados e alargados, passou a haver iluminação em toda a gare, assim como serviço de bar, salas de espera, depósito de volumes, vendas de jornais e um sistema de informação ao público.
A 16 de Maio de 1958, vive-se, nesta estação (assim como em todo o país) um momento de apoteose, com a chegada do General Humberto Delgado.
Cinquenta anos depois, a Cidade de Lisboa presta a sua homenagem ao General Sem Medo e a todos os que lutaram pela Liberdade em Portugal, através da colocação desta placa, numa das paredes da estação.
Desde o 25 de Abril de 1974, esta estação tornou-se num local de encontros entre muitas famílias que se encontravam separadas devido ao exílio de alguns dos seus membros. A chegada de Mário Soares no dia 27 de Abril de 1974, trouxe a esta estação, o maior mar de gente alguma vez visto.
No ano 2000 vários escritores partiram desta estação no Comboio da Literatura.
A 19 de Dezembro de 2007, com a inauguração da estação de Metro com o mesmo nome, a ligação com o resto da cidade passou a fazer-se de forma mais cómoda e rápida, facilitando a mobilidade dos passageiros.
Desta estação, partem todos os dias, 75 comboios da CP (Alfa Pendular, Intercidades, Inter-regional, Regional e Urbanos) e chegam outros 75 de vários pontos do País.
É também na Estação de Santa Apolónia que têm início e fim os comboios internacionais Sud Expresso (ligação a Paris) e Lusitânia (ligação a Madrid).
Fontes:
Santa Apolónia assinala 150 anos de existência - Cultura - Notícias - RTP
Estação Ferroviária de Lisboa-Santa Apolónia
150 Anos da Estação de Santa Apolónia
PLATAFORMA 7 DA ESTAÇÃO DE LISBOA SANTA APOLÓNIA
Estação de Lisboa Santa Apolónia
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